terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Das tardes...

Dizem que uma imagem pode valer por muitas palavras. Contudo, às vezes, os nosso olhos ficam cansados, opacos em meio à poeira dos dias. Dias das estações de terra onde velhos, crianças e poetas são todos criados na dores e lamentos das tardes ensolaradas.
É assim que canta o cantador que um dia encurralou o sol no fim de um dia qualquer.

por Sérgio Arújo

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

IX

De todos os ventos daquela tarde,
um era tímido
e o outro
velava a morte do sol
nas sombras de um muro branco.
Um cachorro vadio
dava voltas em torno de si
enquanto um vento não trouxesse
o odor das latas de lixo.
Era um perfeito dia de sol e sombras.
Dia do vento libertador
e seu pégaso afoito,
agitador,
infalível em sua missão
de escancarar portas e janelas
esquecidas pela rotina dos dias.
Vento que arrasta consigo
a luoca dança da poeira dos cantos
que impávida
como a sombra de uma árvore
projetada nas escadas vazias,
retorna espalhada sobra a calçada lisa.
Foi assim em todos os espaços
que os ventos conquistavam.
Nas esquinas,
correndo e cantando
entre ruas e buracos de parede
até partir,
para retornar agora suavemente
e contar as histórias
das tardes e dos ventos.

por Sérgio Araújo