Chove!
Gotas ásperas na noite cínica.
Prisma, pingos
Esparramando cores nas paredes,
Transpiração
Num corpo emprestado de cimento e aço.
Cacos de todos os olhos,
Restos de som,
Cheiros em nacos de algodão.
Chove ilusão.
Percute na poça transbordante
E serpenteia adiante
Na tez brilhante da calçada.
por Sérgio Araújo