quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Kino

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O mar. O olho ronda o fio das águas rasas e revela a âncora enfiada na areia. Conchas, bóias de salvamento flutuam, correntes avançam corroídas.
O sábio do futuro é a lança que repousa na laje à beira-mar. Ancorantes retomam antigos pensamentos que diziam:
Depois de muito relutar,
Ligeiro,
Quase que esperava pela sua ausência.
Ela estava
E o roteiro rabiscado em papel quadriculado
ficou sem sentido.
Assim como a metáfora solta ao acaso, as palavras são redondas como se viessem de lábios de cristal.
Correntes, contas e traços descalços como flores no caos. Tensão entre a tragédia e a farsa.
Ancorantes, saltimbancos profetas da ataraxia!
Façamos o jogo.

por Sérgio Araújo

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