Quando chove na rua dos meninos invisíveis
Um galo canta ao meio-dia
Fazendo arrelia do vigia das madrugadas.
Eles sabem que as flores mais bonitas
São as margaridas das queridas irmãs Marias.
Saltam, correm,
Buscam borboletas nos bosques
E os postes são palitos pelados que brilham nas noites frias.
Quando brilha o sol nos bicos dos bules
Nas manhãs gulosas das mães Marias,
Os meninos invisíveis
Saltam dos chinelos
Comem, bebem
E guardam restos de mesa para o vigia do dia.
Quando a noite chega
Com suas meias e ceias,
Os meninos invisíveis se apagam
Em sonhos de gigantes,
Zé-come-lata,
Homem meleca,
Unha do cão,
Rapa tição.
por Sérgio Araújo
Muito bonito!Você escreve muito bem!
ResponderExcluirEstamos te linkando no nosso blog!
Bjos verdes!
Amigo Sérgio,
ResponderExcluirvocê está se superando. Seus escritos têm ganhado a dimensão dos grandes, e isso é muito salutar para esse nosso país.
Apesar da distância geográfica, saiba que estamos torcendo pelo êxito de seus rebentos intelectuais e, logicamente, nos deliciando com eles.
Um grande abraço,
Alaor Ignácio