sexta-feira, 10 de abril de 2009

Nietzscheanas nº 1

Eu olhava para aquelas sombras
Que constantemente dançavam em torno de mim

E o conforto que sentia

Era a solidão,
A distância que de mim se fez constante

E me conservava intacto,

Delirante.

Por muito tempo eu olhei para o abismo

E enfrentei seus monstros itinerantes

Salpicados de realidade

E pesados
Sobre os ombros dos atores ideais.
E aquilo era mau.

Transbordava o peso das correntes

E asfixiava como um nó na garganta.

A voz calada,

A palavra não dita,

A desdita.

Em torno de mim

Selvagens discursos;

Profusão de olhos laterais.

Escolhos,

Que nada viam, eram vistos.

Há luz... Há luz...
E no solstício o solo primeiro percebe

Quem desce para matar a sede de liberdade

E libertando-se

Ainda há tempo

De tocar a réstia,

De dizer a frase,

De ascender infante

A tatear rotinas.

por Sérgio Araújo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela visita!