quinta-feira, 27 de maio de 2010

Reversos

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Não penso em poesia

Como versos.

Antes, reversos.

Transcrevo os meus próprios textos

Que transgrido na tez insípida do papel.

O que me importa

É o código aberto, o incerto;

O que muda ao gosto do cliente

Que trai o dito e, no desdito,

Reescreve incógnito

Os seus próprios versos.

 

por Sérgio Araújo

3 comentários:

  1. que belo!

    nada como versos re-versos para extrair um naco de alma por entre palavras.

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  2. Grande Sérgio,
    o avesso do avesso do avesso do avesso, já caetaneado, talvez não cumpra tão bem a essência reversa quanto essa, que você consegue obter nos seus versos, de maneira tão simples e eficaz.
    Show, meu velho! E, como já me acostumei a agradecê-lo, obrigado pelos seus escritos.
    Imenso abraço,
    alaor ignácio

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  3. a palavra apanhada no papel,
    do jeito que é encontrada,
    da maneira como é entendida,
    da forma como é incorporada,
    no espaço em que ocorreu,
    pela mão que a capturou...
    isso tudo multiplicado dará em caminhos diversos, incontáveis;
    terrenos inimaginados pelo autor,
    do primeiro olhar, do primeiro
    porto; e a este a palavra não retornará como partiu.

    Lindo, Sérgio.
    Abraço.

    Ricardo

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