Acordou cedo.
Olhou em volta e não viu ninguém.
Não viu a nova máquina,
O olho que lhe vê.
Sua conta na rede,
Seu retrato na parede.
Ele não viu você.
Não viu o dinheiro dos outros,
O sangue na cidade;
Ele não viu a maldade.
Não viu os cabelos dela,
Seu visual progressivo,
A conta em cima da mesa,
A lata de cerveja.
Não viu o herói da tela,
As algemas no bandido;
Não viu a fita amarela,
Nem o choro, nem a vela.
Não viu que não via algures,
Enfiou-se na escuridão do sono
E sonhou contente.
Sonhou com aguardente,
Recitou seus poemas de cor e salteado,
correu sobre os telhados.
Não viu que podia ver,
Onde está você,
Aonde vai o rio
E sua correnteza.
Não viu que, deveras, a sua riqueza,
Era agora a sua cegueira,
Sua nobre visão no devaneio.
por Sérgio Araújo
Belíssima poesia!
ResponderExcluirAbraço
Serenissima
Linda poesia!
ResponderExcluirParabéns
Continue abrilhantando as paginas do Dihitt
Soube levar o poema muito bem e concluiu com um final pra ninguém por defeito!
ResponderExcluirhello... hapi blogging... have a nice day! just visiting here....
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