quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Soneto

 94433138

Não serei meu vulto na janela, emoldurado,

Quando a clara lua derramar seu leite.

Prefiro ser nas tardes dos campos dourados

Com os olhos pálidos e as mãos silentes.

 

Como num suspiro célere, num lamento,

Como em noite crua de beijos e abraços,

Num instante é brisa, no outro evento

Espargindo luzes na solidão dos espaços.

 

Eu, na vastidão mecânica do meu corpo,

Sou nada aflito na superfície, solto

Na imaterialidade efêmera do pensamento .

 

Silêncio! Agora que a luz se esvai em flocos

No vazio intenso dos meus sonhos loucos,

Sou pluma envolta no lençol dos ventos.

 

por Sérgio Araújo

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