A cidade, ao longe, flutua com suas pequeninas luzes. Presépio perdido e difuso dissolvendo-se na escuridão num jogo de esconde-esconde, colina após colina, com seus mistérios na frieza da noite alta.
Aqui, um cheiro forte de maçã. Além, os limites acesos da estrada sinuosa que em breve revelará, escondidas sob a neblina, as ruelas silenciosas que abrigam casas pequenas e sombrias, cheias de memórias.
Podia molhar os meus pés na relva úmida à beira da estrada e ficar ali a contemplar o céu aberto e brilhante imaginando histórias que nunca seriam escritas. Sentir apenas. Tatear o espaço, enxergar com a imaginação, degustar meus pensamentos como se fossem vozes varando o silêncio da minha solidão.
Por que não faço o que me pede o coração, posto que dorme a razão intransigente e nesse instante flutuo com a cidade ouvindo poesia na folha que agora cai sem rumo e perde-se para sempre no breu da curva.
por Sérgio Araújo
http://estilhacosliterarios.blogspot.com/
ResponderExcluirPor favor, teria a honra de tê-lo como visitante.
Sergio,
ResponderExcluiresse texto nos remete a uma nostalgia, a um não sei que que mora em nós mas se suprime, pois nem sempre conseguimos transportar esses momentos maravilhosos para o papel, e muitos deles se perdem
nas nevoas da manhã, nas brunas da noite ou em plenos dias de sol.
bjs
Doroni