sábado, 24 de abril de 2010

Desfiladeiros

3168979147_9df2d9542a Com suas marcas casuais,

A parede da pedreira

Que não existe mais enquanto parede,

Outrora sentiu o vento acariciar [como aço]

Cortando a face da pedra.

Agora não é mais dura,

Não sombreia mais o pó das tardes

E eu não sinto medo da altura.

Não sonho com escaladas e desfiladeiros.

Não brinco mais

Quando a chuva vem em grossas tranças

Formando laguinhos de sujar pés.

O sol não aquece a parede de pedra

Até secar o galho preso na fenda

E eu não posso quebrar o galho

Entre os dedos,

Sentir o pó da madeira.

A parede da pedreira não é mais de pedra,

É de memória.

Seja lá de que matéria for,

Eu não brinco mais na sombra da pedreira.

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