quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Estrangeiro

79239753_10d2878549

Eu bebo o futuro

Como um copo de água fresca

No calor intenso do presente.

Não me apetece o sorriso fácil

Do aqui e agora.

Falsa saída,

Panacéia improvável.

O futuro me pertence

Nos versos silábicos que escrevo.

Eu canto

E minha canção tem pernas longas.

Ela verá os próximos séculos

E mostrará meu espanto,

Não do futuro

Que ainda é distante a cada momento.

Mas do presente

Que nunca existiu.

Cantando sigo

Indecifrável, perdido de mim,

Estrangeiro em minha terra.

 

por Sérgio Araújo

Um comentário:

  1. Adorei sua idéia!
    Visite meu Blog Cultural.
    www.letoooutroolhar.blogspot.com

    ResponderExcluir

Obrigado pela visita!