Eu reconheço este perfume que, de tão íntimo,
Abre janelas na minha previsível singularidade.
Vagando em nuvens de palavras,
Rostos e pedaços amorfos,
Estruturas e monólitos,
A saudade indecifrável.
Teu rosto no rosto de pedra,
Minhas mãos no teu rosto de seda.
Tristeza e alegria.
Parcos ângulos obtusos
Silêncios redondos
Rodopiam na valsa confusa da memória.
Pinçar retalhos de certezas completas
Que já não valem mais
Brinquedos, são o que são.
Afasto agruras,
Deixo passar o beijo, o olhar de desejo,
A noite eterna
E o dia submerso na maciez da pele.
Falas,
Amigos,
Um futuro distante que hoje é presente
E a gente nem sente.
Deixo aberto o portal antropofágico,
A desordem,
O exatamente inverso do que sou
Para soar humano
Na natureza caótica do meu corpo
E na coerência do sonho.
por Sérgio Araujo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pela visita!